O estigma sobre as doenças mentais e seu impacto no tratamento psiquiátrico

Lucas Pessoa, Rosany Piccolotto Carvalho, Leandro Boni Fajardo, Gabriela da Silva Dias Costa, Lívia Maria Alves Rebouças Tomé Praciano, Guilherme Henrique da Silva Góes

Resumo


Pacientes psiquiátricos são vistos como pessoas perigosas, irresponsáveis, incompetentes, preguiçosas; são discriminadas pela família e mesmo por profissionais de saúde, muitas vezes internalizando tais preconceitos como autoestigmatização. Realizou-se então a aplicação de questionários a doentes e acompanhantes que frequentam atendimento no Centro de Atenção Psicossocial III Benjamin Matias, em Manaus, de modo a qualificar o estigma de doenças mentais e seu impacto sobre os tratamentos, buscando observar se há correlação entre o estigma e as taxas de sucesso, desistência, adesão e procura de tratamentos psiquiátricos, além de dados acerca de doenças mais estigmatizadas e acerca do estigma entre acompanhantes. Como principais resultados, este trabalho não encontrou correlação relevante entre estigmatização e taxas de sucesso ou fracasso em tratamentos, exceto em relação à população feminina, que demonstrou correlação relevante a respeito de considerar abandonar seu tratamento.


Palavras-chave


Saúde mental; estigma; esquizofrenia; bipolaridade; psiquiatria

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