Riscos psicossociais de um contexto laboral da vigilância sanitária: estudo qualitativo
Palavras-chave:
Riscos psicossociais. Saúde mental e trabalho. Saúde ocupacional. Gestão pública.Resumo
Riscos psicossociais são todos aqueles agentes laborais com os quais o indivíduo convive no dia a dia e que são percebidos de maneira negativa pelo próprio trabalhador, afetando a sua saúde. O presente estudo, de abordagem qualitativa, teve como objetivo identificar e analisar os principais riscos psicossociais do contexto laboral de servidores públicos do Setor de Vigilância Sanitária de um município do interior do Rio Grande do Sul (RS). Participaram oito trabalhadores e utilizou-se, como técnica de coleta de dados, entrevistas semi-estruturadas. A análise dos resultados deu-se por análise de conteúdo, que gerou cinco categorias a posteriori: sentidos do trabalho; conteúdo e organização do trabalho; ritmos e tempos de trabalho; liderança e avaliação de desempenho; e fatores de proteção. Considerações são apontadas tendo em vista que, quando medidas preventivas precoces são adotadas em relação ao risco psicossocial, pode-se obter uma redução considerável nos custos econômicos e sociais, tanto para o trabalhador quanto para o empregador e empregadores.
Downloads
Referências
Abrahão, J., Assmar, E. M. L., Cruz, R. M., Ferreira, M. C., Mendes, A. M., Mendonça, H., Neto, S. B. C., Paz, M. G. T., Tamayo, A., & Tamayo, M. R. (2008). Estresse e cultura organizacional. Casa do Psicólogo.
Alves, L., Ferreira, M. C. & Tostes, N. (2009). Gestão de qualidade de vida no trabalho (QVT) no serviço público federal: o descompasso entre problemas e práticas gerenciais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(3), 319-327.
Alves, D. F. & Valeretto, F. A. (2014). Fatores desencadeantes do estresse ocupacional e da síndrome de burnout em enfermeiros. Saúde Física & Mental, 3(2), 1-11.
Angerami, E. L. S. & Camelo, S. H. H. (2008). Riscos psicossociais no trabalho que podem levar ao estresse: uma análise da literatura. Ciência, Cuidado e Saúde, 7(2), 234-240.
Assunção, A. Á. & Oliveira Vilela, L. V. (2007). Trabalho emocional: o caso dos teleatendentes de uma central de atendimento. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 10(2), 81-93.
Balassiano, M., Pimenta, R. D. C., & Tavares, E. (2011). Estresse ocupacional na administração pública brasileira: quais os fatores impactantes?. Revista de Administração Pública, 45(3), 751-774.
Bardin, L. (2010). Análise de Conteúdo. Edições 70.
Barham, E. J. & Sanjutá, G. (2005). Uma análise do equilíbrio trabalho e família no contexto brasileiro. Nucleus, 3(1), 1-10.
Baumann, A., Muijen, M., & Gaebel, W. (Eds.). (2010). Mental Health and Well-being at the Workplace: Protection and inclusion in challenging times. Who Regional Office for Europe.
Calheiros, P. R. V., dal Castel-Schlindw, V. D. L., Nunez-Pumariega, Y. & Pumariega-Torres, C. D. (2018). “Envelheci no trabalho de tanto estresse”: um estudo de caso sobre estresse e sobrecarga no trabalho (original). Revista científica Olimpia, 15(47), 103-116.
Campos, I. C. M., Cruz, R. M., Rabuske, M. M., Serafim, A. C. (2012). Riscos psicossociais e incapacidade do servidor público: um estudo de caso. Psicologia: Ciência e profissão, 32 (3): 686-705.
Cardoso, E. M. (2014). Morbimortalidade relacionada ao trabalho no estado do Amazonas, Brasil, 2000-2011. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23, 143-153.
Cavazotte, F. D. S. C. N., Oliveira, L. B. D. & Paciello, R. R. (2013). Antecedentes e consequências dos conflitos entre trabalho e família. Revista de administração contemporânea, 17(4), 418-437.
Charão-Brito, L. & Freitas, L. A. V. (2016). Engajamento no trabalho: um estudo em profissionais multidisciplinares de saúde em um município da Região Sul. Revista Cesumar – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, 21(2), 407-419.
Coleta, J. A. D. & Siqueira, M. M. M. (1989). Metodologia para investigação da qualidade de vida no trabalho. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 41(3), 51-66.
Conselho Federal de Contabilidade. (2014). Pesquisa perfil do profissional da contabilidade 2012/13: 2013.
Costa, L. S., & Santos, M. (2013). Fatores psicossociais de risco no trabalho: Lições aprendidas e novos caminhos. International Journal on Working Conditions, 05, 39-58.
Cunha, L. A. M. (2011). A satisfação laboral e o compromisso organizacional dos colaboradores de uma empresa de comércio e reparação automóvel [Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Portugal].
Cunha, S. C. D. P. D., Moraes, R. D. D. & Vasconcelos, A. C. L. (2012). Prazer no trabalho: o lugar da autonomia. Psicologia, Organizações e Trabalho, 12(2), 217-227.
Conselho Federal de Contabilidade. (2014). Pesquisa perfil do profissional da contabilidade 2012/13: 2013.
Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. (1943, 9 agosto). Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Presidência da República.
Domingues Junior, L. R. P. (2005). O processo saúde-doença no serviço público e suas consequências ao Estado, ao cidadão e ao servidor. In Ministério da Saúde. Coletânea de textos da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (pp. 118-119).
Durkheim, E. (1977). Da divisão do trabalho social. Martins Fontes.
Emílio, M., Teixeira, M., Nobre, M., Godinho, T. (Orgs.). (2003). Trabalho e cidadania ativa para as mulheres: desafios para as Políticas Públicas. Coordenadoria Especial da Mulher.
Ferraz, F. C. & Segre, M. (1997). O conceito de saúde. Revista de Saúde Pública, 31(5), 538-542.
Feitosa, C. M. C. & Lima, A. V. D. Q. (2016). Avaliação de desempenho no setor público: fatores críticos e oportunidades de melhoria. Anais do 16º Colóquio Internacional de Gestion Universitaria. CIGU, Arequipa, Peru.
Ferreira, M. C., Mendonça, H., Porto, J., & Zanini, D. S. (2012). Saúde, qualidade de vida e bem-estar: limites e interfaces teórico-metodológicas. Saúde e bem-estar no trabalho: dimensões individuais e culturais, 11-33.
Gil, A., C. (2006). Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas.
Gil-Monte, P. R. (2012). Riesgos psicosociales en el trabajo y salud ocupacional. Revista peruana de Medicina Experimental y Salud pública, 29(2), 237-241.
Guimarães, L. A. M. (2013). Fatores psicossociais de risco no trabalho. Anais do, 2, 12-14.
Hirata, H. H. H. (2015). Globalização, trabalho e gênero. Revista de Políticas Públicas, 9(1), 111-128.
Jacques, M. da G. C. (2003). Abordagens teórico-metodológicas em saúde/doença mental & trabalho. Psicologia & Sociedade, 15(1), 97-116. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822003000100006
Jordão, J., Paranhos, R. (2017). Diversidade humana em organizações: a perspectiva de líderes em uma instituição se ensino superior. Intervozes: trabalho, saúde, cultura, 2(1), 23-42.Kawai, R. M. (2017). Indicadores de desempenho em uma pequena empresa que adota um modelo de gestão baseado na confiança. Revista da Micro e Pequena Empresa, 11(1), 123.
Lakatos, E., M. & Marconi, M., A. (2010). Fundamentos de metodologia científica. Atlas.
Limongi-França, A., C. & Rodrigues, A., L. (2014). Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. Atlas.
Loureiro, H., Oliveira, A. P., Pereira, A. N., & Pessoa, A. R. (2008). Burnout no trabalho. Revista de Enfermagem Referência, 2(7), 33-41.
Malhotra, N., K. (2006). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Bookman.
Mancebo, D. & Ribeiro, C. V. D. S. (2013). O servidor público no mundo do trabalho do século XXI. Psicologia: ciência e profissão, 33(1), 192-207.
Marcondes, P. C. B. (2016). Servidor Público: teoria e prática. Fórum.
Morin, E. M. (2001). Os sentidos do trabalho. Revista de administração de empresas, 41(3), 08-19.
Moscovici, F. (2011). Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. José Olympio.
Nardi, H. C., & Ramminger, T. (2007). Modos de subjetivação dos trabalhadores de saúde mental em tempos de Reforma Psiquiátrica. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 17, 265-287.
Organização Internacional do Trabalho. (2014). Meeting of experts on updating the list of occupational diseases. OIT.
Paschoal, T., Porto, J. B., & Torres, C. V. (2010). Felicidade no trabalho: relações com suporte organizacional e suporte social. Revista de Administração Contemporânea, 14(6), 1054-1072.
Paschoal, T. & Tamayo, A. (2003). A relação da motivação para o trabalho com as metas do trabalhador. Revista de Administração Contemporânea, 07, 33-54.
Penido, L. D. O., & Perone, G. (2013). Saúde mental no trabalho: esclarecimentos metodológicos para juristas. In J. J. Ferreira & L. de O. Penido (Coords.), Saúde mental no trabalho: coletânea do fórum de saúde e segurança no trabalho do Estado de Goiás (pp. 33-44). Cir Gráfica.
Pereira, E. A. R. (2010). O processo negocial na avaliação de desempenho dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Ceará na visão dos gestores: o caso da Superintendência de Recursos Humanos [Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização, Universidade Federal do Rio Grande do Sul].
Pereira, E. F., & Tolfo, S. T. R. (2017). Estudos sobre sentidos e significados do trabalho na psicologia: uma revisão das suas bases teórico-epistemológicas. Psicologia Argumento, 34(87), 302-317.
Piccinini, V. & Tolfo, S. R. (2007). Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros. Psicologia & Sociedade, 19, 38-46.
Rojas, D. M., Orellano, N., & Palma, H. H. (2018). Riesgo psicosocial: tendencias y nuevas orientaciones laborales. Psicogente, 21(40), 532-544.
Silva, J. J., & Fernandes, C. M. (2018). O papel do líder na gestão do absenteísmo no ambiente de trabalho. Anais do Encontro Toledo de Iniciação Científica Prof. Dr. Sebastião Jorge Chammé. Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente.
Silva, N. & Tolfo, S. R. (2012). Trabalho significativo e felicidade humana: explorando aproximações. Psicologia Organizações e Trabalho, 12(3), 341-354.
Tamayo, A. (2002). Exaustão emocional no trabalho. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 37(2), 26-37.
Tunes, G. (2019, 24 de março). Diferença entre salários de funcionários públicos e privados cresce no país. Correio Braziliense. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/03/26/internas_economia,745508/diferenca-entre-salarios-de-funcionarios-publicos-e-privados-cresce-no.shtml
Vasques-Menezes, I. (2012). Saúde e bem-estar no trabalho: dimensões individuais e culturais. Casa do Psicólogo.
Veloso Neto, H. (2015). Estratégias organizacionais de gestão e intervenção sobre riscos psicossociais do trabalho. International Journal on Working Conditions, 9, 1-21.
Vergara, S. C. (2006). Projetos e relatórios de pesquisa. Atlas.
