GÊNERO, BRINQUEDOS INFANTIS E DIVISÃO DE PAPÉIS SOCIAIS

Autores

  • Rafael Amboni Dal Moro
  • Jéssica Borges Caikoski

Palavras-chave:

psicologia, infância, identidade de gênero, brinquedos infantis

Resumo

Aborda-se neste artigo, derivado de um estudo de TCC, um dos componentes que contribui para a manutenção das hierarquias de poder nos papéis de gênero: os brinquedos infantis. Busca-se discutir a relação entre os brinquedos e a construção dos papéis sociais de homem e mulher. Trata-se de uma pesquisa exploratória e de natureza qualitativa, que recorre a um levantamento de dados relativos às percepções e sentimentos dos sujeitos pesquisados à respeito dos brinquedos infantis, do ser homem e do ser mulher. A técnica da entrevista com roteiro semiestruturado foi utilizada para a coleta de dados, posteriormente submetidos à análise de conteúdo. A amostra foi composta por 15 crianças, sendo 08 participantes do sexo masculino e 07 participantes do sexo feminino, com idade entre 09 e 11 anos. Observou-se que as crianças tendem a discriminar brinquedos conforme o sexo, a conceber o ser mulher como limitado aos cuidados domésticos e maternos, e o ser homem como relacionado à independência e provimento. Conclui-se que a infância, assim como os brinquedos infantis, são atravessados pela regulação das feminilidades e masculinidades, dentro do modelo patriarcal e das expectativas dominantes em nossa cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Amboni Dal Moro

Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Graduado em Filosofia pela FAE Centro Univesitário, Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Jéssica Borges Caikoski

Graduada em Psicologia pela Universidade do Contestado - Campus Rio Negrinho; Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade na Universidade da Região de Joinville - Univille

Referências

Adelman, M. (2000). Paradoxos da identidade: a política de orientação sexual no século XX. Revista de Sociologia e Política, 14(1), 163-161.

Ambra, P. (2018). Gênero e identificação. Stylus: Revista de Psicanálise, 1, (35), 43-50.

Baldin, N., & Munhoz, E. M. B. (2011). Snowball (Bola de Neve): uma técnica metodológica para pesquisa em educação ambiental comunitária. Anais do Décimo Congresso Nacional de Educação do Educere. PUCPR.

Boris, G. D. J. B., & Cesídio, M. H. (2007). Mulher, corpo e subjetividade: uma análise desde o patriarcado à contemporaneidade. Mal-Estar e Subjetividade, 7(2), 451-478.

Brittos V. C., & Gastaldo, E. (2006). Mídia, poder e controle social. ALCEU, 7(13), 121-133.

Butler, J. (2003). Problemas de gênero feminismo e subversão da identidade (R. Aguiar, Trad.). Civilização Brasileira.

Cechin, M. B. C.; Silva, T. (2015. Princesas em discurso: as bonecas e personagens da disney na visão das crianças. Reflexão e Ação, 23(2), 250-268.

Freitas, W. M. F., Silva, A. T. M. C., Coelho, E. A. C., Guedes, R. N., Lucena, K. D. T. & Costa, A. P. T. (2009). Paternidade: responsabilidade social do homem no papel de provedor. Revista de Saúde Pública, 43(1), 85-90.

Freud, S. (2011). O Eu e o Id. In: S. Freud, Obras Completas (P. C. Souza, Trad., Vol. 16, pp. 13-75). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1923)

Freud, S. (2014). Inibição, sintoma e angústia. In: S. Freud, Obras Completas (P. C. Souza, trad., Vol. 17, pp. 13-124). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1926)

Kishimoto, T. M., & Ono, A. T. (2008). Brinquedo, gênero e educação na brinquedoteca. Pro-Posições (Unicamp), 19(57), 209-224.

Lacan, J. (2008). Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Zahar.

Latour, B. (2012). Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Edufba.

Lira, A. C. M., & Nunes, M. A. (2016). Ensinando a ser menina e menino: brinquedos e relações de gênero. Ensino & Pesquisa, 14(1), 180-200.

Moresi, E. (2003) Metodologia da Pesquisa. UCB.

Moscovici, S. (2015). Representações sociais investigações em psicologia social. Vozes.

Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2006) Famílias e patriarcado: da prescrição normativa a subversão criativa. Psicologia & Sociedade, 18(1), 49-55.

Nascimento, A. C. O. (2016). A Influência da Ideologia patriarcal na definição dos brinquedos infantis. Revista em Pauta, 37(14), 296-318.

Pereira, M. H. G. G., & Costa, L. F. (2017). Santa pecadora ou execrada santa? O autocuidado em mulheres soropositivas para HIV. Psico-USF, 12(1), 103-110.

Scott, J. (1989) Gênero: uma categoria útil para análise histórica (C. R. Dabat & M. B. Ávila, Trad.). SOS: Corpo e Cidadania.

Silva, T. T., Hall, S., & Woodward, K. (2000) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (T. T. Silva, Org.). Vozes.

Downloads

Publicado

2021-12-16

Como Citar

Amboni Dal Moro, R., & Borges Caikoski, J. (2021). GÊNERO, BRINQUEDOS INFANTIS E DIVISÃO DE PAPÉIS SOCIAIS. Revista PsicoFAE: Pluralidades Em Saúde Mental, 10(2), 53–64. Recuperado de https://psico.fae.emnuvens.com.br/psico/article/view/334

Edição

Seção

Artigos