“Olhares”: reflexões sobre uma experiência com mulheres moradoras de residências inclusivas
Palavras-chave:
assistência social, residências inclusivas, mulheres, subjetividade, desinstitucionalizaçãoResumo
Este artigo apresenta e discute uma experiência produzida com mulheres moradoras de duas residências inclusivas, enfatizando a atuação da psicologia no âmbito da proteção social especial através de uma intervenção fotográfica. As atividades foram desenvolvidas no ano de 2019, como parte de uma estágio profissionalizante, e tiveram como eixos norteadores a produção de subjetividade e a desinstitucionalização, com vistas a ampliação das possibilidades de inserção social às moradoras e a reafirmação do compromisso ético-político da psicologia com a superação de processos de exclusão e estigmatização de grupos marginalizados. Os dados analisados constavam nos diários de campo elaborados ao longo do diagnóstico institucional, do planejamento, do desenvolvimento e da avaliação das atividades desenvolvidas. Consideramos que o estágio foi um dispositivo potente em nosso processo de formação e, além disso, a intervenção fotográfica produziu entre nós e as mulheres moradoras a ampliação das possibilidades de produção subjetiva e territórios existenciais.
Downloads
Referências
Amorim, A. K. M. A., & Dimenstein, M. (2009). Desinstitucionalização em saúde mental e práticas de cuidado no contexto do serviço residencial terapêutico. Ciência & Saúde Coletiva, 14(1), 195-204. https://www.scielo.br/pdf/csc/v14n1/a25v14n1.pdf. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000100025
Baremblitt, G. F. (1996). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. Rosa dos tempos.
Bruno, F. (2015). Imagem, sopro de um abismo narrativo. In S. Kofes, & D. Manica (Org.), Vida e grafias: narrativas antropológicas, entre biografia e etnografia. (pp. 406-408). Lamparina & FAPERJ.
Coelho, D. A. M. (2005). Práticas clínicas e modos de subjetivação – Reflexões ético-estético-políticas. Mnemosine, 1(2), 423-458. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/mnemosine/article/view/41393/pdf_62
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Deleuze, G. & Guattari, F. (1995). Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia (Vol. 1, A. G. Neto, & C. P. Costa, Trad.). Editora 34.
Dubois, P. (1998). O ato fotográfico e outros ensaios (2ª ed.) (Mariana Appenzeller, Trad.). Campinas: Papirus.
Foucault, M. (2004). A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In M. Foucault, Ditos & Escritos (Vol. 5 – Ética, Sexualidade, Política). Forense Universitária.
Franco, T. B. & Merhy, E. E. (2013). O reconhecimento de uma produção subjetiva do cuidado. In T. B. Franco & E. E. Merhy (Org.), Trabalho, produção do cuidado e subjetividade em saúde (pp. 151-171). Hucitec.
Freitas, A. C. H. (2012). A fotografia como recurso terapêutico em um CAPS: a possibilidade de novos olhares [Trabalho de conclusão de curso, Grupo Hospitalar Conceição/ Residência Integrada em Saúde].
Gomes, R. B., Lopes, P. H., Gesser, M. & Toneli, M. J. F. (2019). Novos diálogos dos estudos feministas da deficiência. Estudos Feministas, 27(1), e. 48155. https://www.scielo.br/pdf/ref/v27n1/1806-9584-ref-27-01-e48155.pdf. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n148155
Guattari, F., & Rolnik., S. (1996). Micropolítica: cartografias do desejo (4a ed.). Vozes.
Hess, R. (2006). O momento do diário, o diário dos momentos. In E. C. Souza & M. H. M. B. Abrahão (Org.). Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si (pp. 89-104) EDIPUCRS.
Knevitz, A. G. (2016). Trabalhadores na assistência social. In: R. M. C. Fernandes, A. Hellmann (Org.). Dicionário Crítico: política de assistência social no Brasil (pp. 279-282). Editora da UFRGS.
Lancetti, A. (2015). Contrafissura e Plasticidade Psíquica. Hucitec.
Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. (1962, 5 setembro). Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4119.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20s%C3%B4bre%20os%20cursos%20de,regulamenta%20a%20profiss%C3%A3o%20de%20psic%C3%B3logo.&text=Art.&text=%C2%A7%201%C2%BA%20Ao%20aluno%20que,diploma%20de%20Licenciado%20em%20Psicologia
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. (1993, 8 dezembro). Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Presidência da República. http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/LoasAnotada
Lei n. 11.788 de 25 de setembro de 2008. (2008, 25 setembro). Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm
Lei n. 13146 de 6 de julho de 2015. (2015, 7 julho). Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
Maurente, V. (2009). Ver, conhecer e pensar por caminhos fotográficos. In J. Tittoni, (Org.). Psicologia e Fotografia: experiências em intervenções fotográficas (pp. 46-55). Dom Quixote.
Mello, A. G. de. (2016). Deficiência, incapacidade e vulnerabilidade: do capacitismo ou a preeminência capacitista e biomédica do Comitê de Ética em Pesquisa da UFSC. Ciência & saúde coletiva, 21(10), 3265-3276. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232016001003265&lng=en&nrm=iso. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.07792016.
Medrado, B., Spink, M. J., & Méllo, R. P. (2014). Diários como atuantes em nossas pesquisas: narrativas ficcionais implicadas. In M. J. P. Spink, J. I. M. Brigagão, V. L. V. do Nascimento & M. P. Cordeiro (Orgs.). A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas (Cap. 13, pp. 273-294). Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. (Publicação virtual).
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (2014) Residências Inclusivas: perguntas e respostas. https://fpabramo.org.br/acervosocial/wp-content/uploads/sites/7/2017/08/138.pdf
Motta, R. F., & Scarparo, H. B. K. (2013). A Psicologia na assistência social: transitar, travessia. Psicologia & Sociedade, 25(1), 230-239. https://www.scielo.br/pdf/psoc/v25n1/25.pdf
Resolução n° 17, de 20 de junho de 2011. Ratifica a equipe de referência definida pela Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS e Reconhecer as categorias profissionais de nível superior para atender as especificidades dos serviços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. https://www.sigas.pe.gov.br/files/07252018113943-cnas.n.17.de.20.de.junho.de.2011.pdf
Resolução nº 109 de 11 de novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Recuperado de https://www.mds.gov.br/webarquivos/public/resolucao_CNAS_N109_%202009.pdf.
Rolnik, S. (2006). Cartografia Sentimental. Ed. da UFRGS.
Secretaria dos Direitos Humanos & Secretaria Nacional de promoção dos direitos da pessoa com Deficiência. (2013). Viver Sem Limites: Plano nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (4a ed.). Brasília.
Simões, S. S. (2008). Cuidar do Ser: sociabilidade feminina e hermenêutica em um conjunto habitacional da Zona Sul do Rio de Janeiro. Revista Comum 14(31), 144-159.
Strappazzon, A. Santa, B., Werner, F. W. & Maheirie, K. (2008). A criação fotográfica e o aumento da potência de ação: experiências e possibilidades. Cadernos de psicopedagogia. 7(12). http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-10492008000100002&lng=pt&nrm=iso